Na ordem dia: Intensificar a mobilização pelo fim da escala 6 x1

A campanha pelo fim da escala de trabalho conhecida como 6×1 ganha cada vez mais aderência no movimento sindical e apoio em diversos segmentos da sociedade. Pesquisas de opinião apontam um amplo apoio popular, com mais de 70% da população, em defesa da implantação da medida.

Nesta quinta-feira (10), na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo do São Francisco, centro de São Paulo, no evento de lançamento do Plebiscito Popular 2025, impulsionado por movimentos sociais, partidos de esquerda e as frentes (Brasil Popular e Povo Sem Medo), uma das questões centrais adotadas pela futura consulta foi o da redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o fim da escala 6 x1. O plebiscito deve acontecer durante os meses de agosto e setembro.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprovou resolução orientando os sindicatos filiados para incorporar a pauta do fim da escala 6×1 nas atividades de 1° de maio. A resolução da central resgata a campanha da entidade pela redução da jornada nos anos 80. “A Redução da Jornada de Trabalho, sem redução de salário é uma luta histórica da Central Única dos Trabalhadores. A defesa da redução da jornada de trabalho sem redução salarial teve, ao longo da história da CUT, vários momentos de destaque. O primeiro deles foi uma grande greve, dois anos após a fundação da Central. Em 1985, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias em todo país cruzaram os braços pela redução da jornada. A CUT passou a lutar por 40 horas semanais, cinco dias de trabalho, contra as 44 semanais”, afirma um trecho da nota.

O movimento Vida Além do Trabalho (VAT) tem realizado plenárias de mobilização em diversas regiões do país, além de intenso trabalho nas redes sociais desde o ano passado pelo fim da escala 6×1. O VAT teve na origem do texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/2025, de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que prevê expediente não superior a oito horas diárias associado a uma escala de quatro dias por semana de trabalho, respeitando-se um limite de 36 horas semanais.  A PEC prevê um intervalo de um ano entre a sua eventual aprovação e a entrada em vigor da norma, caso seja aprovada no parlamento. Na Câmara dos Deputados, as bancadas patronais do Centrão e da extrema direita operam contra a tramitação da PEC do fim da escala 6 x1. O fator decisivo para garantir o êxito do projeto, é ampliar a mobilização dos trabalhadores nos locais de trabalho e a pressão política sobre o governo de Lula III, para que atue de forma favorável pela aprovação da PEC apresentada por Erika Hilton.

Milton Alves, jornalista e membro do Comitê Nacional do DAP

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