DECLARAÇÃO FINAL AOS COMPANHEIROS DO PT – maio de 2009
Companheiras e companheiros petistas,
A crise do capitalismo castiga os trabalhadores e povos do mundo – ao mal do desemprego em massa que a OIT estima vai lançar à rua mais 50 milhões este ano, se somam a escalada de guerra no Afeganistão e Iraque, e a epidemia da “gripe suína”.
Como se vê, não serão os “grandes” reunido no G-20 que irão resolver essa crise para os povos, menos ainda aumentando as dotações bilionárias para o FMI e insistindo no livre-comércio. Ao invés de se associar ao G-20 e acompanhar suas medidas destrutivas, se coloca defender nossas reivindicações históricas.
É a luta dos trabalhadores nos diferentes países quem deve conduzir os governos a adotar medidas para salvar os povos e não os bancos e as multinacionais. Com medidas como as tomadas por alguns governos do continente, retomando o controle sobre os recursos nacionais e estatizando empresas.
Companheiros,
Em nosso país, infelizmente, há oito meses cresce o desemprego. A oscilação especulativa da bolsa de valores não deve enganar ninguém.
A realidade já é a de uma recessão que ameaça a força de trabalho e a produção. Mais de 800 mil empregos cortados na virada do ano não foram repostos, sendo que 1,5 milhão de novos empregos precisam ser criados a cada ano.
Em junho vencem as desonerações de IPI dadas aos patrões, o que acontecerá? Nova onda de demissões, mais desoneração? Na verdade, R$ 300 bilhões de desoneração fscal e crédito subsidiado dado aos patrões não impediram as demissões. Os impostos “desonerados” são embolsados pelos patrões, enquanto a queda da arrecadação e dos repasses federais e estaduais leva a cortes no Orçamento (União, Estados e Municípios), esmagados pelo superávit primário para pagar a dívida!
A conseqüência se vê nos hospitais e creches, na reforma agrária, nas escolas e na ciência e tecnologia, bem como na ameaça à conquistas dos movimentos populares, dos servidores, e ao Piso Nacional dos professores que precisa ser implantado.
Um delegado do Vale do Paraíba aqui presente testemunhou: “o governo toma medidas de emergência para salvar a Votorantin e a Volks, mas não para a reforma agrária, e tem vários assentamentos endividados, sem receber assistência técnica”; uma professora municipal de Fortaleza relatou a “greve de 18 dias pela aplicação da Lei do Piso sancionada por Lula, a qual a prefeita Luizianne se comprometeu na eleição e agora alega ‘que não tinha a crise’”.
Nesta situação, a direção do partido diz que a resposta à crise passa por ampliar o mercado de consumo interno. Mas como ampliá-lo enquanto se aumenta o desemprego, não se faz a reforma agrária e se prioriza o agro-negócio exportador?
A realidade é que as medidas para amenizar a situação do povo – ampliação da Bolsa-Família, extensão do seguro-desemprego, revisão das faixas do IR e o anunciado plano de habitação – se esgotam ao bater no muro da política econômica voltada para o agro-negócio, o salvamento dos especuladores e o pagamento da dívida.
Companheiros,
Até quando a direção do partido assistirá tudo, perdida no “aliancismo” que desfigura o PT, “hipnotizada” pela disputa de 2010? Certo, ninguém quer a volta dos privatizadores. Mas, por isso mesmo, é hora uma política petista contra a crise!
Nós, neste Encontro Nacional, discutimos propostas de ação e Medidas de Emergência para o PT apresentar ao governo federal, e aos governos estaduais e municipais:
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Estabilidade no Emprego – Propomos um Ato de Entrega do Abaixo-Assinado ao presidente Lula pela Medida Provisória de Proibição das Demissões em 26 de Agosto. Dirigimos-nos aos aderentes para formar Comitês, continuar a coleta e realizar eventos e plenárias locais
que preparem o Ato. -
Não ao Corte de gastos sociais nos Orçamentos Públicos! Recomposição de todas verbas sociais. Barateamento do transporte público, gás, água, energia e do abastecimento para famílias de baixa renda.
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Reestatização da Vale, CSN, Usiminas e Embraer; que as Estatais cortem horas-extras e abram concurso; Estatização das fábricas quebradas; Redução da jornada de trabalho s/redução de salários; Todo Pré-Sal para a Petrobras 100% estatal; Recuperação para a União da malha ferroviária.
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Reforma Agrária: Assentamento das famílias acampadas, Assistência técnica obrigatória, Revogação da lei anti-ocupação de FHC; Fortalecimento do Incra, Atualização do Índice de Produtividade e Limitação do tamanho da propriedade; Retirada da MP 458, regularização fundiária só da pequena propriedade; Regularização das terras indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas.
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Defesa do Meio Ambiente: Direito ao meio ambiente saudável – Não à alteração do Código Florestal.
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Fim do Superávit Primário e revogação da LRF; Centralização do câmbio e Auditoria conjunta da dívida com o Equador, Bolívia, Venezuela e Paraguai.
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Candidaturas Próprias do PT em 2010!
Nós assumimos estes pontos, que inclusive proporemos no terreno do PED, e para as candidaturas do PT em 2010. Nós mandatamos o Fórum do Diálogo Petista a manter a ligação entre nós (publicando a Página Diálogo Petista) e convocar novo encontro em dez/janeiro. De imediato, convocamos Reuniões de Volta para apresentar nossas conclusões.
Vamos cobrar a responsabilidade da direção do PT. Nosso objetivo é batalhar junto aos quadros e militantes do PT, as bancadas nas Câmaras, Assembléias e Congresso Nacional para, em discussão com organizações sindicais e populares, ajudar a realizar a mais ampla unidade para defender da crise o povo, os trabalhadores e pequenos produtores.
Companheiros,
Neste momento, chamamos todos aqueles comprometidos com os trabalhadores a juntarem-se aos sindicalistas de várias centrais, parlamentares de dife
rentes partidos, várias Câmaras Municipais, a engrossar as 20 mil adesões ao Abaixo-assinado a Lula pela MP de Proibição de Demissões, num ATO DE ENTREGA EM BRASÍLIA dia 26 de agosto!
(*) com Gilney Viana, membro DN-PT, Telma de Souza, ex-prefeita de Santos, Luciene Binsfeld (Tud), presidente Contracs-CUT, José Cândido, deputado PT-SP, Julio Turra, Executiva CUT, José V. Parente, presidente CNASI, Ovidio Dias, MST-SP, Edison Cardoni, diretor Condsef-CUT, Luênia Lima, diretora SindiUte-CE, Misa Boito DR-SP, Aparecido Bianco, vereador Sarandi-PR, José Ricardo, diretor Sind Metalúrgicos S. André e Markus Sokol, membro DN-PT pela Corrente O Trabalho