Diálogo Petista Nº 29
NO CALOR DA BATALHA DO 2º TURNO
Adesões ao Encontro do Diálogo Petista
“Para erradicar a pobreza é necessário avançar e libertar a nação da herança de décadas de pagamento da dívida e de subordinação ao imperialismo. Nesse sentido, o voto nos candidatos do PT, como parte da luta por um verdadeiro governo do PT, é hoje o único caminho para avançar” (Convocatória do Diálogo Petista).
“Erradicar a pobreza”, também disse Dilma no primeiro debate de TV do 2º turno da Band. Mas como, sem um clara plataforma de emancipação da nação, e embaraçada pela aliança nacional com o PMDB?
Com essa base política, logo após a Convenção Oficial do PT, em junho, oito lideranças petistas, parlamentares e sindicalistas de diferentes correntes, lançaram a Convocatória de um Encontro Nacional para Março, após as eleições: Raimundo Dutra (sindicalista rural, Executiva PT-Maranhão), João Moraes (coordenador da FUP), Gilney Viana (Coletivo Sec. Meio Ambiente), José Parente (Confed. Ass. Incra), Adriano Diogo (deputado estadual SP), Renato Simões (CEN-PT), Danilo Toio Caçapava (CUT-RS), Fernando Nascimento (deputado federal PE) e Markus Sokol (DN-PT).
Passado o 1º turno, no calor da batalha, do 2º turno, a discussão se abre amplamente para uma militância que existe e combate, como diz o deputado eleito do Maranhão, Bira do Pindaré, contra que “o PT deixe de ser PT” (v. abaixo). Debater este encontro de Março, e ganhar adesões para logo começar a preparar material e politicamente, é o que reforçam as 30 primeiras adesões candidatos a deputado federal e estadual e lideranças petistas. Primeiras adesões a Convocatória do Diálogo Petista:
PERNAMBUCO: Fábio Barros, vereador de Paulista e candidato a estadual; Edmilson Menezes, candidato a estadual
PARAÍBA: Luiz Couto, deputado federal reeleito; Marenilson Batista e Fernanda Benvenutty, candidatos a deputado estadual;
BAHIA: Joseph Bandeira, deputado federal, Vânia Galvão, vereadora de Salvador e candidata a deputada estadual, Valmir Assunção, deputado federal eleito, Marcelino Galo, candidato a estadual, Amauri Teixeira, candidato a federal;
RIO GRANDE DO NORTE: Bernardo de Sena Fonseca, candidato a deputado estadual;
MATO GROSSO: Lúdio Cabral, vereador de Cuiabá e candidato a estadual, Edilson Neri, candidato a federal;
MINAS GERAIS: Labenert Ribeiro, vereador de Santos Dumont e candidato a estadual; Lucas Reis, presidente do DM de Pouso Alegre; Betão Cupolillo, vereador de Juiz de Fora;
CEARÁ: Marcelo, Executiva estadual PT-CE;
SÃO PAULO: Misa Boito, candidatos a federal, Jorge Parada, vereador de Ribeirão Preto e candidato a estadual, José Candido, deputado estadual reeleito;
SANTA CATARINA: Antonio Battisti, vereador em São José e candidato a estadual; Professor Vieira, candidato a estadual;
PARANÁ: Professor Adauto, candidato a deputado estadual, Aparecido Bianco, vereador Sarandi, Gustavo Gerwin Kuss, Red, Coordenador CMS; Hercules Fait Júnior, PT Pato Branco;
DISTRITO FEDERAL: Joaquim, candidato a federal, e Carlão, candidato a estadual;
ALAGOAS: Jadson, candidato a estadual;
RIO GRANDE DO SUL: Denise Goulart, candidata a estadual
“Quanto mais o PT deixa de ser PT,
menos confiável”
Bira do Pindaré, antigo dirigente sindical bancário, foi eleito deputado estadual no Maranhão. Junto com Domingos Dutra, reeleito deputado federal, os dois fazem parte do bloco petista que combateu a reeleição da governadora Roseane Sarney, do PMDB, que levou à intervenção do Diretório Nacional do PT e causou a greve de fome de protesto do sindicalista rural e fundador do PT , Manoel da Conceição (na foto, em campanha com Bira).
Ao final, todos foram autorizados a fazer campanha pelo candidato a governador do Encontro Estadual do PT – Flávio Dino, do PCdoB – e se elegeram, enquanto o bloco “petista” pró-Sarney, com todos os recursos da máquina do Estado, só fez dois deputados estaduais. A própria Roseane passou no 1º turno por apenas 5 mil votos, e é questionada por Dino na Justiça com várias denúncias de abuso do poder econômico. Entrevista a Markus Sokol.
Diálogo Petista – Os petistas acompanharam com interesse a disputa no Maranhão. Como você avalia o resultado?
Bira – O resultado de Flávio Dino na eleição, com cerca de 30% dos votos, comprova que a tese defendida por nós estava absolutamente correta. Não fosse a intervenção política do DN, Flávio Dino seria o novo governador do Maranhão. Imaginem uma candidatura com a máquina do Estado, do Governo Federal, com apoio escancarado de Lula, Dilma, a quase totalidade dos prefeitos e mais Duda Mendonça como marqueteiro… não conseguir maioria.
Demonstra o quanto o povo rejeita esta opção. O PT aliar-se com o grupo Sarney no Maranhão foi um erro lamentável.
DP – Tua própria eleição enfrentando essa adversidade, o que significa?
Bira – Significa que o povo compreendeu nossa luta e soube separar o joio do trigo. Com isso ganhamos fôlego para continuarmos o sonho e a luta por um Maranhão livre e justo.
DP – O presidente do PT , Zé Dutra, falou de "frustração" dos petistas pelo 2º turno da Dilma. Era inevitável?
Bira – Superestimamos o apoio do PMDB e subestimamos a capacidade de discernimento do povo. É evidente a aprovação popular do governo Lula, mas é preciso oferecer garantias de que projeto não será desvirtuado. Quanto mais o PT deixa de ser PT menos confiável será o nosso projeto aos olhos da sociedade brasileira. Foi aí que cresceu a Marina. Para vencermos o 2º turno será necessário fazer ajustes no tom e na linha do discurso pela esquerda, animando a militância para fazer o enfrentamento pela base. Não dá para deixar a campanha exclusivamente nas mãos dos governadores eleitos. Aqui no Maranhão, se for assim, não amplia!
DP – Uma reflexão mais em profundidade, depois do que vimos nesta eleição, está proposta para o Encontro do Diálogo Petista.
Bira – Considero importante todas as iniciativas que buscam aglutinar as forças populares ainda presentes no PT .
Faço parte da “
Militância Socialista” e levarei essa reflexão sobre a participação no Encontro para o nosso coletivo.
Creio que mais cedo ou mais tarde todos que lutam com autenticidade pelo socialismo haverão de estar juntos. Isso é inevitável.