Diálogo Petista 47
10-11 de Dezembro:
4º ENCONTRO NACIONAL
em São Paulo
João Pessoa e Itabaiana (PB), Recife e Lagoa de Itaenga (PE), Salvador e Irecê (BA), Curitiba e Sarandi (PR), Maceió e Arapiraca (AL), Porto Alegre e Portão (RS), Florianópolis (SC), Diadema, servidores municipais e Vila Buarque (SP), além dos relatos abaixo, foram algumas das 27 localidades que realizaram Reuniões do DP.
Algumas fizeram mais de uma vez, após a 1ª reunião da Coordenação Nacional do DP, em agosto, quando se publicou a Contribuição preparatória ao 4º Encontro de dezembro.
O que discutem? Além da Contribuição, debatem avaliações do 4º Congresso do PT, algumas publicadas na nossa edição anterior. Às vezes o debate gira em torno mais da questão eleitoral, da defesa de Candidaturas Próprias do PT.
Também se discute, cada um conforme sua possibilidade, a preparação prática do Ato Continental pela Retirada das Tropas do Haiti (5 de novembro), além da campanha pela Revogação da Lei das OS’s, pois o que preocupa são sobretudo os problemas da luta de classes com o governo que ajudamos a eleger.
Nesta edição, mais um material preparatório ao 4º Encontro: a reflexão de três companheiros sindicalistas da Coordenação.
É possível aceitar que governos do PT ataquem o Direito de Greve?
Caros companheiros petistas,
Nós somos petistas e sindicalistas. Somos também coordenadores do Fórum do Diálogo Petista e estamos organizando nosso 4º Encontro Nacional para novembro.
E, na condição de petistas e de nossa trajetória no movimento, foi com profunda indignação que assistimos nos últimos meses o governo Dilma, um governo que ajudamos a eleger, atacar de forma aberta e brutal o direito de greve.
Desde o início deste governo uma regra foi estabelecida: atacar o direito de greve.
Nas greves dos servidores federais do primeiro semestre e também nas recentes greves dos Correios, bancários e aeroportuários, as ações emanadas do centro do governo não deixam margem a dúvidas. Declarações de vários ministros, ações impetradas na Justiça que, invariavelmente, resultam em multas e numa infinidade de outras medidas, colocam em questão a existência dos próprios sindicatos.
Foi o próprio ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista ao site G1, em 20/10/11, falando sobre o desconto dos dias parados dos trabalhadores dos Correios (coisa que não acontecia desde 1984!), quem afirmou: “Pois então, bem-vindos a essa novidade. Eu acho que se vocês não trabalharem nós vamos ter que descontar o seu dia.”
Companheiros,
Desde o nascimento do PT, nos tempos da ditadura, nós, petistas, estivemos na linha de frente na luta pela liberdade e autonomia sindical.
Faz parte de nossa história a luta para que os patrões e os governos respeitem o direito de organização dos trabalhadores e o direito de greve. E, depois de tanta luta, será que é possível aceitar que os governos do PT atacarem o Direito de Greve?
A patronal, que assiste a tudo isso em silêncio, quando precisar, não vai deixar por menos. É certo que vai tentar fazer igual ou pior.
De nossa parte, não pretendemos assistir a tudo isso quietos. Os ataques a esses trabalhadores que legitimamente lutam por salários e direitos devem ser encarados como um ataque a todos os trabalhadores.
Nas instâncias sindicais em que militamos vamos procurar organizar a resistência a essa ofensiva.
Chamamos a todos a usar dos meios de que dispõem, seja no partido, seja no movimento social, para repudiar esses ataques.
Nós pretendemos pautar essa discussão no 4º Encontro Nacional do Diálogo Petista.
Antonio Battisti – presidente do Sintespe-SC e vereador em São José-SC, da Coordenação Nacional do Diálogo Petista
Danilo “Caçapava” – dirigente da CUT-RS e da Coordenação Nacional do Diálogo Petista
Julio Turra Filho – dirigente da CUT Nacional e da Coordenação Nacional do Diálogo Petista
FORTALEZA: MILITANTES DEBATEM OS’s
16 companheiros se reuniram, no dia 30, na quarta reunião do Diálogo desde junho. Foi uma mesa-redonda acerca da luta pela revogação da lei das Organizações Sociais, que é uma bandeira dos componentes do DP.
Os trabalhos foram abertos com exposições de João Batista Gomes (diretor do Sindicato dos Municipais de São Paulo) e Lucineide Paiva (servidora e ex-Coordenadora Geral do SINTUFCe).
João explicou como as OS’s destroem o serviço público, razão da luta para exigir de Dilma apoio para, no Congresso Nacional, revogar a lei que as criaram. Já Lucineide se concentrou em explicar o mecanismo do tipo OS que está por trás da criação da empresa destinada a gerenciar os Hospitais Universitários, destruindo seu caráter de serviço público e o regime jurídico dos servidores.
Seguiu-se intenso debate, no qual os presentes tomaram a palavra. Todos saíram da reunião com cópias do abaixo-assinado pela revogação da Lei das OS’s, preparando nova reunião em novembro.
VILA MARIA – JAÇANÃ (SP)
No dia 7, no DZ de Vila Maria, 11 petistas discutiram as iniciativas do DP.
Uma jovem militante de 15 anos reclamou que no Diretório não existe formação política e que sua idade não permite a filiação legal e a participação plena.
Um antigo militante, professor, ressaltou a angústia de ver o governo Dilma privatizar aeroportos e seguir uma "agenda da burguesia no governo". Perguntou: “como é possível continuar combatendo?”. Um dirigente da CUT explicou que a última Plenária da CUT terminou numa passeata dentro do aeroporto de Cumbica contra a privatização, e que esse é o caminho a seguir.
Um militante reclamou que hoje só atuam no PT quem está com cargos em governo e em mandatos. Mas, ao contrário, ali ninguém era funcionário.
Animado, um dentista da região, militante nos anos 60, declarou que
a partir dali pretendia voltar à ação organizada.
No encerramento, se discutiu uma delegação de estudantes e professores de uma escola para o Ato do Haiti.
REUNIÃO DP – BRASÍLIA
20 petistas estiveram no Fórum do Diálogo, dia 6. O debate sobre a a Retirada das Tropas do Haiti foi apresentado por Marcius Sidartha (DR-DF) com um breve histórico da primeira república negra.
Yuri Soares, dirigente do DCE da UnB, disse que sua preocupação, agora, além de garantir a retirada, é fazer um balanço das atrocidades, pois não dá para simplesmente fingir que nada aconteceu.
A deputada Federal Erika Kokay (PT-DF) comentou a relação com a questão da Comissão Verdade.
Disse que não podem cair no esquecimento todas as atrocidades, afinal, no Brasil, ainda hoje existem tortura nas delegacias, fruto de um balanço incompleto do que aconteceu na ditadura militar.
Acrescentou que os militares nas favelas do Rio são os mesmos da Minustah.
Encaminhou-se levantar os gastos do Brasil na missão. Erika se comprometeu em fazer um requerimento de informação ao Ministério de Relações Exteriores.
Também será realizado um Debate na UnB, no curso de Relações Internacionais, e um levantamento dos interessados num ônibus para o Ato Continental.