Tirem as garras da Venezuela!
Não à ingerência de Donald Trump e da União Europeia
Comunicado do AcIT
Companheiros e companheiras,
Dentro de poucos dias, em 30 de julho, ocorrem as eleições para a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro na Venezuela.
Os aderentes ao Acordo Internacional na Venezuela, militantes e sindicalistas que atuam no Coletivo Trabalho e Juventude, nos fizeram chegar o seguinte comunicado:
“Os Estados Unidos assumiram a responsabilidade de uma ofensiva de maneira pública, em conjunto com governos aliados e subordinados que amplificam e sustentam sua posição sobre a Venezuela. A mensagem é clara: querem avançar com sanções econômicas com o objetivo de apertar ainda mais, isto é, sufocar a economia venezuelana. O que foi feito em várias declarações pelo presidente Donald Trump e para tanto recorrem a vários mecanismos de pressão.
No plano econômico: tentativas de bloquear as linhas de importação de comida destinada aos Comitês Locais de Abastecimento e Produção, os quais são uma ferramenta implementada pelo governo para que as famílias possam ter acesso aos alimentos básicos a preços justos. Como também a pressão econômica internacional e a participação da Federação de Câmaras e Associações de Comércio e Produção da Venezuela – a grande burguesia – em conjunto com a queima de depósitos de comida e insumos médicos e de caminhões de transporte de alimentos.
No âmbito político: a oposição venezuelana neste momento avança na tentativa de instalar um governo paralelo; para tanto, a Assembleia Nacional juramentou seus próprios magistrados para o Tribunal Supremo de Justiça (todos eles com perfil público de oposição ao governo) e a Mesa de Unidade Democrática anunciou que elegerão o presidente de um “governo de unidade” através de eleições primárias, inclusive já apresentando os pontos de seu novo governo.
Para consolidar tal “governo de unidade nacional”, a Mesa de Unidade Democrática se apoia em fatos altamente violentos, como o ato atroz de incendiar pessoas, cortar por completo o acesso a zonas opositoras, realizar incursões nas zonas populares com grupos de choque, assediar instituições públicas, hospitais, canais de televisão – como VTV – emissoras de rádio e televisão comunitárias, mediante a utilização de morteiros, molotov, ataques com armas pesadas, como fuzis R15, em plena luz do dia em vários lugares. Disparam ainda com armas de fogo contra forças de segurança do Estado e quartéis, tudo isso com o chamado contínuo a oficiais militares para que se ‘levantem contra o governo’. Também buscam amedrontar e assassinar chavistas (ou aqueles que lhes pareçam, pela cor da pele ou pela roupa que usem). Dessa forma conseguiram cortar sistemas de distribuição de alimentos e medicamentos em várias cidades.
Outro âmbito amplamente utilizado neste ataque vem sendo o das comunicações: Diante da comunidade estrangeira legitimam toda a violência desencadeada e a apresentam como justa, heroica e necessária (…).
Outra razão muito importante para votar no domingo, 30 de julho, é responder às ameaças do presidente dos EUA, que teve a ousadia de exigir a suspensão dessas eleições, bem como organizações como a União Europeia, Mercosul e governos de alguns países latino-americanos, que por sua política submissa às iniciativas estadunidenses se somaram a essa insolente ingerência.
Finalmente, neste marco, o Coletivo Trabalho e Juventude apoia os 79 candidatos apresentados em lista pela Central Bolivariana e Socialista dos Trabalhadores (CBST), na qual participa o trabalhador Raúl Ordoñez, presidente da Federação de Trabalhadores Hidrológicos, militante do Coletivo Trabalho e Juventude, convocante da 9ª Conferencia Mundial Aberta do Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos (AcIT)
De nossa parte, estamos chamando todos os trabalhadores, suas organizações sindicais, federações, centrais sindicais, frentes de trabalhadores, delegados de prevenção e todas as correntes sindicais a mobilizarmo-nos de forma unitária ao lado do poder popular, para juntos lutar por uma Constituinte que defenda a Soberania da Nação, que amplie os mecanismos de democracia direta, bem como consolide e blinde os direitos trabalhistas e sociais do povo trabalhador.
Chamamos a votar em 30 de julho, para demonstrar ao Império e a seus lacaios nossa férrea vontade de defender Nossa Pátria e para deixar claro que: A Venezuela não é quintal de ninguém, é uma Nação livre e soberana!”
O Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos que prepara a 9ª Conferência Mundial Aberta nos próximos meses, fiel a seus princípios de internacionalismo, de defesa dos interesses dos trabalhadores, de independência de suas organizações e de defesa da soberania das nações, torna público este chamado a todos seus correspondentes, a todo o movimento operário e suas organizações, aos movimentos de emancipação nacional de todo o mundo, com o objetivo de ajudar a nação venezuelana ameaçada pela ingerência imperialista.
Os coordenadores do AcIT:
Luisa Hanune (Partido dos Trabalhadores da Argélia)
Geoffrey Excoffon (Partido Operário Independente – França)
Argel, París, 27 de julho de 2017