Juventude do PT-PE defende candidatura de Marília Arraes
Em nota publicada a Secretaria Estadual da Juventude do PT de Pernambuco defendeu a necessidade do PT reafirmar sua candidatura própria em um Estado tão importante para o partido quanto é Pernambuco, denunciando o golpe e seus representantes como foi o PSB Pernambucano. Esta nota reforça um importante posicionamento dentro do partido, não só para que o partido se consolide, com Lula à frente, como alternativa ao caos provocado pelo golpe, como para que o partido se alie com forças políticas realmente comprometidas com a democracia e com as reivindicações populares.
Veja a nota na íntegra.
Nota em defesa da candidatura própria do PT em Pernambuco
Secretaria Estadual de Juventude do PT-PE (11.07.18)
O golpe liderado pelas forças reacionárias do país vem submetendo o povo brasileiro a um violento processo de empobrecimento e perdas de direitos. Desde a fraude do impeachment que tirou da presidência nossa companheira Dilma Rousseff, presidenta eleita e legítima do país, o governo golpista vem desmontando o Estado, dilapidando nossa soberania e destruindo todas as conquistas populares conseguidas através de lutas históricas e das políticas dos nossos governos.
Liderados pelo consórcio entre setores do aparato judicial/repressivo do Estado, barões da mídia e elite do capital financeiro, os golpistas suspenderam nossa democracia, cassando direitos e garantias fundamentais e mergulhando o país num Estado de exceção já conhecido pela população periférica, especialmente pela juventude negra, hoje materializado na perseguição infame e autoritária ao presidente Lula.
A juventude brasileira é uma das principais vitimas desse golpe. Os golpistas interromperam um ciclo histórico de acesso a emprego, educação e a uma vida mais digna para as juventudes. Hoje voltamos aos recordes de desemprego entre os jovens; hoje as universidades fecham novamente as portas aos jovens trabalhadores, negros, indígenas; hoje voltam subempregos e precarização extrema da vida das juventudes na periferia. A geração de hoje e a da próxima década poderão estar submetidas a um sucateamento nunca antes visto da educação, da saúde e ao fim, na prática, da previdência.
Aqueles que empenharam todas as suas forças para referendar o impeachment fraudulento da presidenta Dilma elegeram ali, conscientemente, o projeto criminoso derrotado nas urnas que hoje arrasa a vida dos brasileiros e das brasileiras.
Em Pernambuco, o PSB não só liderou as articulações em favor do golpe como construiu uma agressiva narrativa de desconstrução da imagem da presidenta e da história do Partido dos Trabalhadores. O prefeito do Recife e o governador do estado, que já haviam trabalhado em favor de Aécio Neves no segundo turno das últimas eleições, foram entusiastas da chegada ilegítima ao poder do governo golpista.
O apoio do PSB ao candidato neoliberal no segundo turno de 2014 e ao golpe contra a presidenta Dilma mostra-se, na verdade, coerente com as políticas conservadoras implementadas em Pernambuco. O governo Paulo Câmara promove verdadeiro sucateamento da educação e avança no processo de privatização da saúde pública e na tentativa de privatização de empresas estatais fundamentais, como a Copergás e a Compesa. Os índices de violência disparam e batem recordes, a taxa de desemprego segue entre as mais altas do país.
A política de segurança pública não deve em barbaridades a nenhum governo tucano, exercendo fortíssima repressão nas periferias, a exemplo do massacre ocorrido no bairro do Ibura no mês passado. Pernambuco segue sendo um dos estados com maior taxa de desemprego e menor índice de remuneração entre os jovens, é um dos estados que mais encarcera a juventude, com números astronômicos e é um dos estados com maior nível de mortes por assassinato de jovens negros. Aqui, um jovem negro da periferia tem 11 vezes mais chances de ser assassinado que um jovem branco, quando o índice nacional, já absurdo, é de 2 vezes.
Diante da gestão conservadora, sustentada na Assembleia Legislativa por lideranças das bancadas familiares, homofóbicas e protofascistas, o PT decidiu, desde o inicio do mandato de Paulo Câmara, fazer parte da bancada da oposição e seguir liderando o campo popular que esteve nas ruas em lado oposto ao do PSB mobilizando as lutas contra o golpe, contra a perseguição a Lula e contra a retirada de direitos.
A juventude do PT em Pernambuco considera inconcebível uma aliança com o governo do PSB em Pernambuco. Tal fato destruiria todo o esforço de reaproximação da nossa base social e política no estado, esvaziando a possibilidade de reaglutinação do campo popular em torno do PT, que apresenta hoje uma candidatura competitiva e percebida como legitima candidatura das forças que enfrentaram o golpe e defendem a volta de Lula à presidência da República, liderada pela companheira Marília Arraes, capaz, também, de aumentar nossa chance de eleger bancadas estaduais e federais, além de fortalecer nossa candidatura ao senado. Abrir mão disto em nome de uma aliança com o PSB significaria trocar a possibilidade de excepcional protagonismo pela condição de partido vazio de significado político, convertido em legenda palaciana por bom tempo.
A juventude do PT em Pernambuco entende que a aliança com o PSB nos diluiria numa coligação que em nada se comunica com nossa base social e que jamais terá como prioridade a defesa de Lula e a luta contra o golpe em suas mais profundas dimensões. Entendemos que isolar o PT, na atual conjuntura, é não permitir que se construa, através das eleições, uma maioria social e política em torno da defesa de Lula e de nosso programa para o país, condição que está dada em Pernambuco a partir da grande capacidade de mobilização, da densidade política e potencial eleitoral que a pré-candidatura de Marília Arraes vem demonstrando possuir, frente ao completo vazio de mobilização em torno da defesa da tese da aliança.
A juventude do PT em Pernambuco acredita que a vontade política da base do partido deve ser respeitada. Não compreendemos a insistência de setores do partido numa aliança que nos rebaixa politicamente no estado sem oferecer nenhum ganho político consistente ao PT, contraposta a uma pré-candidatura petista com reais chances de vitória. Não aceitamos qualquer tipo de veto ao exercício da liderança política por parte de jovens filiados e filiadas. O Partido dos Trabalhadores não tem dono, pertence à sua militância e aos sonhos dos bravos e bravas trabalhadores e trabalhadoras que o constroem diariamente com a força de seus sonhos.
Convocamos toda a juventude petista para seguir mobilizada e firme em defesa da candidatura própria do PT ao governo do estado, da candidatura da jovem vereadora do Recife, a companheira Marília Arraes, para enfrentarmos no nosso estado as forças golpistas com seus diversos palanques e garantirmos aquilo que para nós é central: a defesa de Lula, do nosso projeto, para mudar, novamente, o Brasil e a vida da juventude pernambucana.
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