8 de março, dia de luta da mulher trabalhadora

É hora de reforçar a defesa da Previdência e da democracia, por Lula Livre

Em várias cidades do país já estão sendo organizados os atos de 8 de Março, dia de luta da mulher trabalhadora. Será um momento no qual o conjunto da classe trabalhadora brasileira estará preocupado com a proposta da Reforma da Previdência, que o governo Bolsonaro pretende(ia) apresentar ainda em fevereiro.

Com grandes prejuízos a todos os trabalhadores, a reforma deve penalizar mais gravemente as mulheres. Uma das discussões é se o projeto da presidência vai estabelecer idade mínima igual para homens e mulheres, de 65 anos. A equipe de Paulo Guedes já começou a manipulação de dados. Ela afirma que a diferença de renda por gênero tem caído nas gerações mais jovens. Alegam que na faixa entre 15 e 19 anos, homens “ganham em média R$ 1.071,90 e as mulheres jovens recebem R$ 1.006,10” (O Estado de S. Paulo). Claro, quando o parâmetro é receber pelo mínimo legal possível, a diferença entre o pouco e o mais pouco ainda é percentualmente menor do que em outras faixas etárias ou salariais. Inclua ou não este ponto, certo é que a reforma tem o objetivo claro de tirar direitos dos trabalhadores para maior lucro dos empresários, banqueiros e especuladores. Vai atingir a todas as trabalhadoras (formais, informais, donas de casa), e por isso a tarefa precisa ser a de unir todas elas, e todos os trabalhadores, para derrotar a reforma da Previdência. E o 8 de Março pode ser uma data para construir essa unidade.

Mas em São Paulo, pelo menos, a discussão vai tomando outro rumo. Nas reuniões de organização do ato que reúnem um conjunto amplo de organizações, houve muita polêmica sobre qual deveria ser o mote da manifestação. Organizações como a Marcha Mundial de Mulheres, Consulta Popular, setores do PT e do PSOL defenderam que o slogan fosse “Mulheres contra Bolsonaro”. A preocupação de outras petistas, além de mulheres de outros partidos e movimentos, era clara e correta: “e as trabalhadoras que, confusamente, votaram nele, não vamos tentar trazê-las para lutar pela Previdência, contra a violência?” Num arranjo sem foco, o mote adotado diz: “Mulheres contra Bolsonaro! Vivas, por Marielle, em defesa da previdência, emprego e direitos.”

Lula livre

Apesar do combate das mulheres da CUT e do PT, há contestação sobre a inclusão da defesa de Lula no panfleto do ato, em nome de “manter a unidade” com o PSTU, por exemplo. O texto ainda não foi definido. A discussão prossegue, mas, desde já, as mulheres petistas estão chamadas a levantar, nas manifestações, a bandeira de Lula Livre. Esse exemplo mostra como setores do movimento de mulheres confundem a unidade da classe e das mulheres trabalhadoras em defesa dos seus direitos (o que significaria colocar questão concretas como a previdência no centro), com o acordo entre as organizações que se sobrepõe às reivindicações, como a luta pela democracia, da qual Lula Livre é o ponto mais evidente. Nas manifestações estará presente a exigência da apuração e punição dos responsáveis pelos assassinatos de Marielle Franco (vereadora do PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro.

Priscilla Chandretti,
diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
e militante do Diálogo e Ação Petista

Artigo originalmente publicado no Jornal O Trabalho, edição 842

One thought on “8 de março, dia de luta da mulher trabalhadora

  • 7 de março de 2019 em 21:14
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    Resistência e LUTA por nossos direitos, contra a reforma assassina e por LULA Livre..⭐

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