Sobre a eleição da mesa da Assembleia Legislativa de São Paulo
Prestando contas
No próximo dia 15, os deputados estaduais eleitos em 2018 tomam posse na Assembleia Legislativa de São Paulo. No mesmo dia será eleita a mesa diretora.
Em 25 de fevereiro, a reunião da Comissão Executiva Estadual do PT São Paulo, discutiu, pela primeira vez (!) a posição da bancada do partido, há 18 dias da posse (com o carnaval incluso). Ali fomos informados que já estava praticamente consolidado um acordo com o atual presidente Cauê Macris (PSDB), candidato à reeleição.
Na discussão posicionei-me contra este acordo, conforme discussão que fizemos na Coordenação Estadual do Diálogo e Ação Petista. Errada em outros momentos, essa posição é mais grave agora, diante da situação que enfrentamos no país e no Estado. Aliar-se com o partido de Dória, expoente maior do antipetismo no Estado, a pretexto de ter um cargo na mesa e derrotar o PSL – Janaína Paschoal disputa a presidência – é um grande passo em falso!
Dória e o PSL estarão juntos nos ataques ao povo de São Paulo, ao nosso partido e ao nosso companheiro Lula. E o tal cargo na mesa não será nenhuma trincheira de luta.
Na votação, estive entre os quatro votos contrários ao acordo. Infelizmente a grande maioria da Executiva votou para delegar à bancada a decisão o que, na prática, significava chancelar o acordo.
Estávamos diante de um fato consumado e sem tempo hábil para que uma discussão mais ampla com a base e no Diretório Regional pudessem reverter a decisão.
Uma decisão cuja consequência é na prática enfraquecer no Estado de São Paulo o PT, único partido capaz de fazer frente aos novos governos instalados, Dória e Bolsonaro.
Mais um erro do qual estamos chamados a fazer o balanço, com o objetivo de fortalecer o partido. Isso começa por dar confiança à sua militância, demonstrando na prática, a disposição de corrigir os erros que nos fragilizaram.
Misa Boito, membro da Executiva Estadual
do PT São Paulo pelo Diálogo e Ação Petista