Genoíno: “É preciso dialogar e agir”

Convidado para a Plenária Nacional do DAP, que se realizou no último dia 10, José Genoíno, ex-presidente do PT, participou da segunda mesa, onde foi debatida a conjuntura nacional. Também participaram da mesa Markus Sokol e Luiz Eduardo Greenhalgh, que mediou o debate. Em sua fala, José Genoino disse que “é preciso dialogar e agir”, indicou que a conjuntura é tensa, com vários “fios desencapados”, alertando: “este é um momento crucial na história do PT”.


José Genoíno referiu-se ao golpe de 2016 (cassação do mandato de Dilma), à prisão de Lula e à fraude eleitoral de 2018: “Este é o governo que a burguesia escolheu, a serviço do imperialismo, para destruir direitos e serviços públicos. Bolsonaro concentra o que é a burguesia brasileira, sua natureza”. Porém, “este governo também é de crise. Lula recuperou seus direitos políticos e voltam as manifestações de rua, desde o 1º de Maio. Saímos da defensiva”.

Genoíno destacou que a luta é pelo fim deste governo e que é importante fazer essa discussão no PT. Ele insistiu que, além das medidas de emergência, temos de apontar reformas estruturais: tributação dos ricos, questão da autonomia do Banco Central, fim da PEC 95, revogar as privatizações e enfrentamento do imperialismo. Mas é necessário buscar apoio popular para essas reformas. Ele afirmou que, com esse programa, não pode haver frente ampla com o Centrão e que não podemos esperar deste Congresso que realize essas reformas.

“Este governo precisa ser derrubado e novas instituições devem ser criadas”

Ele lembrou que Biden é o imperialismo e mencionou a visita de representante CIA ao Brasil. Disse que a “boiada” continua a passar no Congresso, junto com medidas antidemocráticas, “a exemplo da Lei Antiterror, que lamentavelmente começou no nosso governo”. “Este governo precisa ser derrubado e novas instituições devem ser criadas”, concluiu.

Sokol: “golpear juntos, marchar separados”

markus sokol

Após a fala de Genoíno, Greenhalgh passou a palavra a Sokol, membro do Comitê Nacional do DAP e da executiva Nacional do PT. Em sua intervenção Sokol destacou a questão militar. “O que escancara o último episódio da CPI que Genoíno fez menção, e vários levantamos, Genoíno inclusive, nos debates do PT: a tutela militar sobre a República”. Falando da crise, e de setores que apoiaram Bolsonaro e agora dele se descolam, ressaltou: “Haverá dissidências? Sim, há e haverá cada vez mais. As trataremos com um princípio da Internacional Comunista à época do Lenin vivo, o princípio da Frente Única: ‘golpear juntos e marchar separados’”. Enfatizando a necessidade de reforçar a luta, retomou a questão da Constituinte. “E teremos um amadurecimento. Se teremos uma greve geral antes, ou um processo constituinte, ou se os dois vão culminar da desestabilização final do governo, a história dirá, e nossa iniciativa vai contar”.


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