Condições de vida se agravam. Mas a resistência também cresce!

O Comitê Nacional do DAP, reunido dia 24 de janeiro, debateu a situação econômica, política e social neste início de ano decisivo. Constatamos, em primeiro lugar, a aceleração da degradação das condições de vida da maioria da população, processo que vem desde o golpe de 2016 e que, sob Bolsonaro, se agravou tragicamente.

 Hoje, a fome é uma realidade que atinge dezenas de milhões de famílias. Um número cada vez maior de trabalhadores, desempregados, precarizados ou desalentados, veem seu futuro ou dos seus filhos sem nenhuma perspectiva.

 O aumento do número de contagiados pela pandemia ameaça de colapso os serviços de saúde, como produto principalmente da negligencia dos governantes submissos às exigências do mercado financeiro. O que, aliás, não é uma particularidade brasileira, ocorre de formas diferentes no mundo todo e suas consequências se fizeram sentir de forma brutal nesses dois anos de pandemia.

Diante disso, não resta à classe trabalhadora alternativa que não seja a luta por seus direitos e necessidades mais elementares. E essa luta, no início deste ano decisivo de 2022, é retomada, como no caso dos médicos de São Paulo, que sinalizavam uma greve (proibida pela justiça) contra as péssimas condições de trabalho; dos servidores federais, em luta por reposição salarial; da greve por tempo indeterminado na Eletrobrás contra a privatização, e uma serie de mobilizações parciais.

E o PT?

O PT tem hoje uma enorme responsabilidade: colocar-se à frente destas e novas lutas que certamente virão. E na esteira delas apontar para os trabalhadores e a grande maioria do povo uma perspectiva programática de reconstrução da Nação para reverter as medidas destrutivas de Temer e Bolsonaro, e avançar rumo às reformas populares. E isso não é possível com as atuais instituições.

No entanto, a direção do PT está neste momento empenhada em amarrar o partido numa federação com o PSB, agremiação em muitos estados direitista e, federação que seria uma verdadeira camisa-de-força sobre o partido.

O DAP continuará esta que é hoje a sua principal campanha: “contra a federação com o PSB” (Moção anexa). É possível e necessário barrá-la, mantendo a independência do partido.

Somos a favor de alianças, mas é preciso saber com quem se aliar para qual programa: reformas profundas ou manutenção das atuais instituições? É o programa que deve definir quem serão nossos aliados, e não o contrário.

Tivemos um primeiro teste: Lula falou do acordo negociado na Espanha como se fosse a revogação da reforma trabalhista, aqui realizada por Temer. Foi o que bastou para Alckmin, citado por Lula para vice e aliado, dizer-se “preocupado” e que só aceita “ajustes pontuais”… O DAP reafirma a posição contrária a essa aliança ou esse vice.

Constituinte em debate

A candidatura de Lula, maior líder popular do país, está posta como favorito, com o PT atingindo 28% das preferências no Datafolha.

É um fato o apodrecimento visível das instituições que pedem reformas profundas: política, agrária, urbana, tributária, do judiciário, militar e da mídia. Quem fará essas reformas? Na verdade, para tudo isso é necessário chegar a uma Assembleia Constituinte Soberana (unicameral, proporcional, com lista e financiamento público exclusivo).

Lula e a Constituinte no seu programa devem ser duas faces da mesma moeda. O DAP iniciou um ciclo de debates locais sobre a Constituinte em outubro, e agora chama um Debate Nacional para a tarde de sábado, 19 de março.

O Comitê Nacional decidiu ajustar assim a sua data por razões políticas e sanitárias, decidiu também republicar o caderno de textos sobre a Constituinte Soberana, e desenvolver um plano de mídia; e acertar outros detalhes do evento.

O Comitê Nacional do DAP convoca os grupos de base do DAP a retomarem suas reuniões, atentos à agenda das mobilizações em curso, apoiando a luta do povo pela sobrevivência e, na esteira delas, a se apropriar dos instrumentos distribuídos para o debate político.

Campanhas internacionais

O DAP comomembro do Comitê Internacional de Ligação e Intercâmbio (CILI) nesta virada de ano de 2021/22 se associou a três campanhas:

– pela libertação de Igor Kuznetsov, militante e jornalista russo, através de envio e protocolo na embaixada da Federação Russa de documento firmado por 20 lideranças políticas e sindicais do Brasil (ver anexo).

Liberdade para Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador no mandato de Rafael Correa, preso desde 2017 num processo similar ao que atingiu Lula no Brasil também envolvendo a lava-jato e a Odebrecht.  (ver chamado em anexo).

Fim das perseguições judiciais a Elie Domota e demais dirigentes em Guadalupe (colônia francesa no Caribe), que desde meados de 2021 é palco de mobilizações contra medidas sanitárias arbitrárias do governo Macron. Domota, ex-secretário geral da central majoritária UGTG, foi detido num ato de rua, liberado após pressão popular e será julgado em 7 de abril próximo por “incitar distúrbios”.(ver anexo)

Os grupos de base e coordenações estaduais do DAP estão convidados a colher novas adesões às campanhas Jorge Glas e Elie Domota, seja nas instâncias do PT, sejam de organizações sindicais e populares com as quais mantém relação. 

One thought on “Condições de vida se agravam. Mas a resistência também cresce!

  • 28 de janeiro de 2022 em 13:18
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    Quanto a federação com o psb;acho que não é pertinente vez que sofremos um golpe em 2016 por unirmos a partidos e pessoas que não cumpriram e nem respeitaram a política defendida pelo PT.apesar de saber que na federação isso terá que ser cumprido por 4 anos,ainda acho que favorecerá os pequenos partidos mas o PT precisa de muito voto pra fazer senadores e deputados enquanto os partidos menores que o PT não precisa,mesmo estando do lado numa federação pode,resultar em outro desfecho que é bem perigoso.pra federação acho q terá que aliar a constituinte mudando leis que não nos favorecerá no âmbito político urgente.

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