Dezenas de milhares em Curitiba ouvem Lula falar contra a tutela militar
Em comício realizado em Curitiba neste sábado, 17, Lula falou pela primeira vez nesta campanha sobre a tutela militar e a pretensão de alguns setores de que haja um controle militar sobre as urnas. “Não queremos as Forças Armadas se metendo nas eleições do nosso país, e nem querendo controlar urna. Nós já lidamos com as Forças Armadas e as tratamos com muito respeito. E é preciso que alguns de lá tratem a sociedade civil com respeito, porque nós sabemos cuidar de nós, e não precisamos ser tutelados”.
A Boca Maldita (calçadão da rua XV de Novembro, no centro de Curitiba) transbordou de gente na manhã deste sábado, 17, no comício de Lula. Os militantes, simpatizantes e apoiadores lotaram pelo menos cinco quadras, mais vários quarteirões das travessas. Muitas bandeiras, muitas palavras de ordem e jingles entoados pela galera, muita animação.
À saída, vários participantes comentaram que o comício foi comparável ao ato histórico das Diretas-já, em 1984, no mesmo local, e que passou para a história como tendo reunido 50 mil pessoas. Neste sábado havia seguramente 30 mil pessoas. O candidato a vice-governador, Jorge Samek (PT), disse com propriedade: “ A estrela deste comício é a militância”.
Contribuiu muito para a animação da militância o fato de haver um palanque limpo não havia golpistas lá. Além de Lula, o candidato a governado pelo PT, Roberto Requião, a candidata ao Senado, Rosane Ferreira (PV), a ex-presidente Dilma Rousseff, os presidentes nacionais e estaduais dos partidos que apoiam Lula.
Militantes do DAP distribuíram panfletos da candidatura Bianco 1369 deputado federal, com as medidas de emergência defendidas pelo DAP (entre elas o fim da tutela militar do artigo 142 da atual Constituição), a exigência de respeito ao voto popular e a proposta de convocação de uma Constituinte Soberana.
Em Porto Alegre, outros 30 mil
Cerca de 30 mil pessoas vindas de várias cidades do Rio Grande do Sul lotaram o Largo Glênio Peres, em Porto Alegre no comício de Lula presidente e Edegar Pretto governador no final da tarde de sexta-feira,16). Militantes do Diálogo e Ação Petista da capital e interior marcaram presença com pirulitos defendendo a Constituinte com Lula, a revogação das reformas trabalhista e da previdência e o cumprimento da lei do piso da enfermagem, confiscada pelo STF.
O clima entre as pessoas era de energia e disposição de derrotar Bolsonaro já no dia 2 de outubro. Na dispersão do comício, espontaneamente, colunas saíam em direção às suas casas entoando palavra de ordem, como há muito tempo não se via. Nos ônibus de volta, militantes estavam decididos a colocar o pé na rua para entrar de cabeça na campanha.