Após cobranças, trabalhadores do Rio Grande do Sul recebem garantia de estabilidade e acordos coletivos prorrogados por 4 meses
Na última quinta-feira, (6/6), o Presidente Lula (PT) e seu ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou em nova visita ao Rio Grande do Sul medidas que atendem aos trabalhadores celetistas, incluindo estagiários e domésticos. É uma resposta a reivindicações feitas pela CUT/RS, federações e sindicatos, que denunciavam ameaças de onda de demissões e uma ofensiva dos patrões de rebaixarem acordos coletivos.
Os anúncios são frutos da cobrança dos trabalhadores sobre o governo. Uma rodada de reunião com entidades sindicais, cobranças na vinda de Alkmin e sobre Pimenta, além da ida de uma delegação da CUT/RS na Marcha a Brasília no dia 22 de maio deram o resultado que é comemorado pelos trabalhadores.
O governo federal anunciou a prorrogação por quatro meses de todos os contratos de trabalho vigentes. Ainda serão aportados recursos para o pagamento de 2 salários mínimos (duas parcelas de R$ 1.412,00 cada) para 434.253 mil trabalhadores e trabalhadoras formais contratados por empresas atingidas pelas enchentes. A contrapartida dos empresários é de não promoverem demissões durante o período.
União capital-trabalho para sair da crise? Não, obrigado
Nesta mesma semana, foi realizada uma reunião entre federações empresariais e de trabalhadores na OAB/RS para discutir a crise. Uma enorme pressão se deu para que a CUT/RS assinasse um documento comum com empresários reivindicado a manutenção dos empregos. CTB, FS, UGT e CSB não se opuseram, mas sem a assinatura da CUT o documento não saiu.
Segundo o presidente da Federasul (Federação de Entidades Empresariais), a reunião “É um momento histórico excepcional que exige medidas emergenciais. É preciso que sejam trabalhados consensos para que nossas ações sejam em bloco”.
Esta tentativa (virão outras) de colocar os trabalhadores sob a aba dos empresários tem alguns objetivos. Primeiro bloquear a ação independente em defesa dos trabalhadores enquanto os empresários utilizam a crise para expandir sua margem de lucro. A Fiergs, por exemplo, além de pedir R$ 100 bi a Lula, também pleiteou a suspensão do recolhimento do FGTS, flexibilização de regras de licenciamento ambiental e até suspensão de prazos processuais junto ao IPHAN e FUNAI! Segundo, tentam preservar Eduardo Leite (PSDB), colocando-o, junto com prefeitos, como vítimas da situação.
Os acontecimentos desta semana mostram que mais do que nunca é preciso se apoiar na classe, na força social que elegeu Lula, para abrir caminho para as mudanças que o Brasil precisa!
Paulo Farias e Marcelo Carlini/DAP-RS