Diálogo Petista – REUNIÕES NA BASE

Petistas, em várias cidades do país, estão se reunindo para conhecer as propostas do Encontro Nacional do Diálogo Petista, realizado em dezembro do ano passado. Nas reuniões se discute sobre os problemas que enfrenta o partido e como organizar a luta. Livremente, os presentes apresentam suas opiniões e a discussão tem servido para clarificar , por exemplo, a verdadeira ameaça que representa para o PT a política de alianças. Como ocorre na Bahia, onde o governador J.Wagner busca apoio de velhos políticos ligados a ACM.

A ocupação do Haiti tem entrado na pautas das reuniões nas quais está sendo exibido o vídeo “Estamos cansados”, com depoimentos de sindicalistas, trabalhadores e jovens haitianos. A luta pelo controle de todo petróleo para a nação tem sido uma conclusão de várias reuniões que estão organizando atividades em defesa do projeto da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT).

 

Bahia

No dia 13, em Irecê (BA), sete petistas se reuniram e, após assistir o vídeo “Estamos Cansados” (Haiti), discutiram as propostas do Encontro Nacional.

Um militante negro ligado aos quilombolas já abriu dizendo “ainda bem que surgiu essa pequena célula do Diálogo Petista aqui. Nós podemos ampliá-la e assim, combater para que o partido seja verdadeiramente representante do povo oprimido”.

As alianças do governador Wagner (PT) no Estado com raposas do carlismo como César Borges (PR) e Otto Alencar (PP) foram questionadas.

Uma companheira disse “que aliança não é ruim, é necessária para ganhar as eleições, mas alguns critérios para alianças precisam ser revistos”.

Outro petista lamentou ”a posição de Lula em relação à Geddel, um grande prejuízo para Bahia, pois deixamos de eleger em vários municípios por poucos votos; não fizemos campanha por causa do PMDB”.
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A companheira retomou “eu sei que é um problema a aliança com o carlismo, mas não tem o que fazer…fico constrangida de falar sobre isso com os petistas, acho melhor não tocar no assunto, caso contrário, muita gente deixa de votar no PT, e prefiro um governo do PT com as alianças do que um governo do PFL”.

Ai uma outra petista argumentou: “concordo que a aliança em si não é ruim, mas o que garantirá nossa eleição não é aliança, são as reivindicações. E se a aliança impede que elas sejam atendidas, aí mesmo é que o povo não vota! Não temos que ter receio em tocar no assunto da aliança de Wagner com Otto e César. Nem precisamos, ficar escandalizado, nos muros de Salvador tem ‘Wagner + Cesar + Otto: ACM de volta’. O que nós precisamos fazer é combater essa política agora!

A companheira se disse “de acordo, convencida, mas não sei como fazer”.

O conjunto conclui com a proposta da petista, “o Diálogo é nosso instrumento para ampliar a discussão na base. O encontro estadual vem aí, o Diálogo pode unificar nossas forças lá. Já houve uma reunião em Salvador com companheiros do interior”.

A companheira então propôs fazer uma reunião em Seabra onde tem contato, além de petistas de outras cidades da região que pode convocar.

Além desta reunião dia 27, os presentes decidiram escrever uma carta-convite ao DM de Irecê para participar do DP. Na Bahia, reuniões do DP estão sendo preparadas também em Sapeaçu, Cachoeira e Itaberaba.

 

Fortaleza

Em 11 de março, 20 trabalhadores e jovens se reuniram para discutir os desdobramentos do Encontro do Diálogo. A reunião começou passando o vídeo "Estamos Cansados".

Após a apresentação de Eudes Baima, presente ao Encontro Nacional, falaram companheiros protagonistas de lutas em curso na cidade .

Como professores em luta para que a prefeita Luizianne Lins (PT, Democracia Socialista) implante o piso nacional. Ela, até aqui se nega a fazê-lo e ainda retaliou a categoria negando reajuste àqueles que fizeram greve! Naquele mesmo dia, os professores se manifestaram na Secretaria de Educação e a deputada Rachel Marques (PT) exigiu da prefeita a abertura das negociações.

Os servidores federais mostraram a luta contra o PL do governo que congela o salário por 10 anos.

Jovens presentes pediram atividades de formação. Um secundarista que propôs organizar reuniões com jovens para discutir a história do movimento operário e do PT, além de ajuda para construir grêmios.

  • Como decisão, a reunião tirou:

Com o gabinete da deputada Rachel organizar uma Audiência sobre o marco regulatório do petróleo, com ênfase no Projeto de Lei da Federação única dos Petroleiros (FUP-CUT).

Propor na diretoria do Sindiute uma tribuna livre sobre o Haiti na Praça do Ferreira.

Constituir uma comissão de jovens com duas professoras para uma agende de debates com o vídeo.

montar uma banca do DP no próximo Encontro Estadual do PT.

editar um boletim internet para divulgar essas resoluções.

 

Jaboatão (Pernambuco)

Num bairro popular de Jaboatão, a reunião do Diálogo contou com a presença de 10 petistas. Após exibição do vídeo sobre o Haiti , foi feita uma apresentação das iniciativas adotadas no Encontro do Diálogo, já integrando o resultado do 4º Congresso do PT.

A maioria dos presentes eram eleitores da chapa Terra Trabalho e Soberania, mas com pouco acompanhamento da vida do PT.

Roseane, esposa de um operário, perguntou por que os EUA têm tanto interesse num país destruído, praticamente sem nada, como o Haiti. Um companheiro ponderou que “o interesse é em parte super-explorar o trabalho desregulamentado e utilizar o território como base militar".

Uma companheira disse "lembrar com saudade da época em que ajudei a construir o PT" quando o partido "estava presente através das reuniões dos núcleos, no dia-a-dia das lutas na comunidade. Muito diferente de hoje, quando só aparece nas épocas de eleição". Por proposição de Roseane, a discussão concluiu com a necessidade de ampliar as filiações ao PT na comunidade.

 

Pará

O Coletivo Socialista Petista (CSP) do Pará se reuniu em Belém no dia 4 de março com a presença de um membro da Corrente O Trabalho de SP para discutir como impulsionar o Fórum Diálogo Petista (FDP). Entre os 7 presentes estava uma companheira da Unidade na Luta, um dos três agrupamentos do CNB no Pará.

O companheiro Daniel disse que há um sentimento de indignação por não haver fóruns de discussão na base. O companheiro Edir lembrou que os militantes que estão nos movimentos não têm espaço no PT e que o FDP pode permitir que a discussão se desenvolva no partido. E disse: “queremos reeleger Ana Júlia governadora com esse programa de princípios”, fazendo referência a Declaração do Encontro Nacional do Diálogo Petista.

“Antes de definir as alianças, a direção do PT tem que reunir a base e perguntar o que agente quer.

Da discussão saiu a iniciativa de dirigir um Manifesto ao Encontro Estadual PT, aberto à adesão de petistas de todas as correntes, chamando os delegados “a decidirem por uma candidatura do PT ao governo do Pará em aliança com setores políticos partidários dispostos a reestatizar as empresas do estado privatizadas, impedir a privatizaç
ão dos serviços públicos em Belém, colocar o governo a serviço da reforma agrária no Estado e se somar à luta pela Reestatização da Vale”, para combater o acordo com o ex-governador Jader (PMDB) e o prefeito de Belém, Dulciomar (PTB).
Outra decisão foi propor aos deputados do PT uma Audiência Pública sobre o Petróleo na Assembléia Legislativa, com a presença da FUP.

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Diálogo e Ação Petista