Diálogo Petista 70
NOVA COORDENAÇÃO
RELANÇA A DISCUSSÃO
A nova Coordenação Nacional do Diálogo Petista (*) realizou sua primeira reunião no último dia 25, em São Paulo, três meses depois de sua eleição. Retomando o acompanhamento da situação política nacional e internacional e as iniciativas práticas adotadas no 5º Encontro Nacional (25 de novembro), decidiu publicar o relatório aqui resumido para discussão nos fóruns e reuniões locais
“AJUDAMOS A EXPRESSAR A DISPOSIÇÃO QUE EXISTE DE DEFENDER O PT EM TODOS OS NÍVEIS”
A apreciação consensual sobre o momento integrou a constatação de que, numa situação marcada pela condenação de dirigentes do PT (incluindo os seus ex-presidentes José Dirceu e José Genoíno) no julgamento “de exceção” da Ação
Penal 470, orquestrada pelo STF, o PSDB e a mídia, o alvo é o PT.
Nesse momento, o Ato em Defesa do PT, que com 500 presentes abriu o 5º Encontro Nacional do Diálogo Petista, diante da omissão da direção do PT que lançou apenas uma nota crítica à AP 470 sem tirar consequências práticas, ajudou efetivamente a expressar a disposição de militantes e quadros em todos os níveis de resistir e defender o PT. O que ficou comprovado pela série de Atos ou “em Defesa do PT” e “do PT dos Direitos Democráticos”, ou diretamente contra a AP 470, realizados depois (Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Recife, Salvador, BH…) e que prosseguem! A esta altura, alguns milhares participaram de duas dúzias de atos, pelo menos.
Mas, a cúpula do PT, ao contrário de reforçar essa resistência, decidiu por “virar a página” (o que, se depender dos ministros do STF, não ocorrerá), buscando estancar a reação da militância contra essa ofensiva. É isso o que explica que Lula, no ato dos 10 anos de governo, no Anhembi, na sua fala não tenha feito referência direta à ofensiva do STF. Ao mesmo tempo, lançou Dilma como candidata para 2014, antecipando desta forma a pauta eleitoral, no momento em que o governo anuncia retrocessos como as concessões portuárias, novos leilões de petróleo e mais desonerações.
O que também tende a constranger a militância petista – apesar da greve dos portuários contra a privatização, por exemplo – a criticar e desgastar o governo em nome da “disputa eleitoral”.
Do ponto de vista da nação, são respostas equivocadas à escalada de pressões do “mercado”, no quadro da crise capitalista mundial. Pressões e ataques que guardam relação com o ataque ao PT, que ameaça a CUT e aos movimentos sociais, movidos pelo STF e a mídia, cujo pano de fundo é a volta de golpes mais ou menos institucionais apoiados pelo imperialismo, como em Honduras e no Paraguai.
No fundo, correspondem à busca pelo imperialismo, diante da profundidade da sua crise, da recuperação de posições perdidas no continente americano.
Por tudo isso, a hora é da mais ampla unidade em defesa do PT e dos direitos democráticos! Faz parte da luta para barrar essa ofensiva, levantar a bandeira da “Anulação da AP 470”.
ABRINDO A DISCUSSÃO
SOBRE UMA CHAPA NO PED
O PED de novembro deste ano, seguido do 5º Congresso do PT no início de 2014, ocorre nessa conjuntura, mas corre o risco de ser uma repetição do jogo de cartas marcadas de outros PEDs.
Por isso um período de Pré-Congresso, antecedendo julho de 2013 (data de inscrição de chapas e teses nacionais), poderia permitir um debate mais livre no partido, e até influenciar na dinâmica das chapas para o PED que já começam a ser discutidas.
Para intervir neste processo propomos abrir no interior do Diálogo Petista, e inclusive com outros setores, o debate sobre a viabilidade de uma chapa nacional com alguns dos pontos que viemos levantando no PT.
Assim, em todas as coordenações estaduais, fóruns locais e núcleos do Diálogo Petista, até a próxima reunião da Coordenação Nacional, marcada para 1º de abril, se espera uma respostas dos companheiros. Para esta reunião, conforme o mandato do 5º Encontro, se faz um convite mais amplo à presença de representantes das reuniões locais.
PRINCIPAIS INICIATIVAS:
HAITI– integrar às nossas atividades a divulgação da presença do senador haitiano Moise Jean Charles, no Brasil, entre 14 e 21 de abril, a convite do Comitê da ALESP, para uma série de atos e reuniões em São Paulo e Brasília para ajudar a construir a delegação brasileira à Conferência pela Retirada da Minustah, em 1º de junho, no Haiti.
OSs – reforçar os atos na semana do dia 07 de abril, com atividade de coleta das assinaturas no abaixo-assinado e a divulgação á população da Carta aprovada no Comitê Nacional da campanha.
Nesse processo, ajudar a construir uma comitiva ao governo e pedir uma nova audiência com Dilma/Padilha para discutir a revogação da Lei das OSs.
PETRÓLEO– diante do anúncio pelo governo da 11ª rodada de leilões marcado para 14 de maio, realizar uma campanha de curto prazo, que começa com o lançamento de abaixo assinado a partir da FUP, na marcha da CUT.
(*) Estiveram presentes a esta reunião Markus Sokol (SP), Misa Boito (SP), Julio Turra (SP), Manoelzinho (DF), André Machado (PR), Edmilson Menezes (PE) e Rodrigo Valverde (Alto Tietê-SP)
DIÁLOGO EM MOVIMENTO
De vários pontos, chegam notícias de reuniões locais do DP que, entre outras questões, realizaram ou convocam nos próximos dias atividades “em defesa do PT”. Desde em cidades menores do interior, como Russas, no Ceará, e Cruz das Almas (foto), no Recôncavo Baiano, até capitais como João Pessoa e Florianópolis. A luta às vezes é dura:
VALE DO PARAÍBA (SP)
O Fórum Diálogo do Vale do Paraíba (SP), ainda em dezembro propôs aos dirigentes, parlamentares e prefeitos do PT na região um ato “Em Defesa do PT e dos Direitos Democráticos”. No início, ganhou apoio da direção da Macro-PT
e vereadores de São José dos Campos.
Mas acabou inviabilizado pelo recuo da Macro-PT e parlamentares que – depois de confirmada a presença de José Dirceu – convocaram um ato de “Aniversário de 33 anos” ignorando os ataques do STF ao PT.
Presente ao ato, o presidente Rui Falcão se limitou a atacar a mídia por usar o julgamento contra o PT nas eleições. Valter Pomar, da Executiva Nacional (Art. de Esquerda), e outros dirigentes e prefeitos nem tocaram no assunto.
Os militantes do DP que, ao contrário da cúpula do PT, não opõem a defesa do PT à comemorar seu aniversário, (na verdade, um deveria potencializar o outro), decidiram participar do Ato, mas com uma faixa e um manifesto de repúdio à Ação Penal 470 distribuído aos 300 presentes.
O DP convidou para uma reunião todos que querem discutir os meios de defender o PT contra a AP 470 e reafirmar as bandeiras da fundação do PT.