Varrer a herança da ditadura
Manifestações em todo o país marcaram a passagem dos 50 anos do golpe militar. A lembrança é mais do que oportuna, pois a ditadura, embora tenha encerrado seus longos 21 anos em 1985, deixou uma herança que ainda hoje impede o aprofundamento da democracia.
Em Curitiba, estudantes derrubaram pela segunda vez e arrastaram pelas ruas o busto do odiado Flávio Suplicy de Lacerda, o ex-reitor e ministro da ditadura que planejou implantar o ensino pago e liquidar as entidades estudantis. Em Salvador, uma escola trocou o nome do ditador Garrastazu Médici pelo de Carlos Marighella. Em todo o Brasil, ficou claro o repúdio ao regime militar.
Na esteira das manifestações, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a revisão da Lei de Anistia, uma lei baixada pela ditadura com o objetivo expresso de proteger seus agentes que prenderam, torturaram, mataram e fizeram desaparecer milhares de militantes.
É isso. A reforma política que o povo exige inclui varrer a herança da ditadura militar.
- Revogação da Lei de Anistia
- Apuração de todos os crimes cometidos contra os direitos humanos
- Julgamento e punição dos torturadores e mandantes
- Desmilitarização das polícias.
O assassinato do coronel torturador Paulo Malhães põe mais uma vez na ordem do dia a revisão da lei de auto-anistia vigente até hoje e a punição do envolvidos nos crimes de tortura, assassinato e desaparecimento dos militantes que lutaram contra a ditadura militar.Malhães não é o primeiro torturador a ser eliminado. Em novembro de 2012, o coronel Julio Miguel Molina Dias, cujos arquivos guardavam informações sobre a morte e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, foi assassinado em Porto Alegre. Nos dois casos, a mesma camuflagem: roubo de armas.
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