Ministro promete suspender acordos militares com Israel

No último dia 13/12, uma delegação com quatro deputados federais reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para entregar uma carta assinada por 60 parlamentares. Além da articuladora Fernanda Melchionna (PSOL-RS), estiveram presentes na reunião Padre João (PT-MG), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Segundo Melchionna ao Opera Mundi, “A carta reforça o chamado por um cessar-fogo urgente e uma política mais enfática de enfrentamento ao genocídio promovido pelo Estado de Israel contra o povo palestino. Além de pedir pela não-promoção dos acordos de cooperação militar, solicitamos que o governo atue energicamente pelo fim da ocupação e do apartheid”.

Suspensão dos acordos militares com Israel

De acordo com Melchionna, durante o encontro, o ministro garantiu que o governo brasileiro “não efetivaria nenhuma política de cooperação militar com o Estado de Israel neste momento” (grifo nosso) e que “não daria consequência aos acordos assinados durante o governo anterior [do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022)]”. Mauro Vieira ainda se comprometeu a conversar com Lula sobre as demandas apresentadas pelos deputados.

O acordo firmado entre os dois genocidas, Bolsonaro e Netanyahu, foi aprovado no Senado em outubro de 2021, e visa a cooperação militar entre ambos os países através de treinamentos, facilitação do comércio de tecnologia militar, aquisição de materiais, entre outros. 

Em síntese, o Brasil tem um acordo para aquisição de materiais militares que são testados no genocídio do povo palestino. É inadmissível, esse acordo precisa ser revogado.

Rumo à ruptura

O governo Lula acertou no caso da repatriação de brasileiros das regiões do conflito, por exemplo. Caso concretize a fala do ministro Mauro Vieira, e suspenda os acordos militares, o governo marcaria verdadeiramente um ponto importante. Ele passa pela cobrança do Exército, das PMs e da PF para mudarem suas políticas de compra e cooperação com o Estado sionista.

Desde já, a promessa do ministro é uma conquista dos movimentos de rua e dos debates na sociedade, organizações de classe, e as culturais, associativas e religiosas, palestinas, árabes e judaicas. É, portanto, uma promessa a ser cobrada, e um incentivo à continuação da luta contra o genocídio.As falas de Benjamin Netanyahu reafirmam que seguirá em guerra até que seu objetivo seja atingido, aniquilar Gaza. É preciso mais medidas. O governo Lula precisa chamar de volta o seu embaixador, numa escalada para romper também os acordos acadêmicos e comerciais e, por fim, as relações diplomáticas.

Na foto que abre a matéria, policiais da ROTA exibem armas israelenses no aniversário do batalhão.

Paulo Henrique

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