Dirigentes petistas conversam com dirigentes petistas
O Centrão liquidou as medidas do governo de mínima contribuição dos milionários e grandes empresários para sustentar o calabouço fiscal que o governo inventou há dois anos e eles aplaudiram. Foram 383 votos contra 98, sendo que 242 votos vem de partidos com ministros no governo Lula, dentre eles, o PDT inteiro. É como se Haddad, antes queridinho da Faria Lima, passasse agora a ser um fora-da-lei tipo Robin Hood!
Abaixo, preservando as identidades para que as falas não sejam manipuladas por nossos inimigos, publicamos uma conversa fluida entre dirigentes de diferentes correntes que registra um clima de inquietação entre lideranças responsáveis.
Conversas de whatsapp costumam ser breves, sabemos, não são documentos estruturados por seus autores, mas podem ajudar a abordar as questões urgentes, como é a sequência de derrotas parlamentares do governo na Câmara de Deputados nas últimas semanas que culminou na “traição” com que Hugo Motta, sem passar pelos colégio de líderes, pôs em pauta para votação nesta quarta-feira à noite o que sobrou do IOF.
Comentários
“Essa votação demonstra o equívoco da forma de montagem das alianças da atual ‘governabilidade’. Como é possível um governo que parte com 130 deputados não conseguir mais 130 votos com tantos cargos e recursos?
O MDB não entrega; o PSD não entrega; o União Brasil e o PP muito menos; o Republicanos é da Universal/Tarcísio; o Solidariedade costeou o alambrado.
A propalada reforma ministerial ficou para as calendas gregas. É o mais do mesmo.
Só o gogó não basta. Ainda mais com o Congresso robustecido com o orçamento impositivo.”
“Como a vida está mostrando, só cargos e recursos também não bastam”.
“O presidencialismo de coalizão já era e faz tempo. A reforma ministerial se tirasse os ungíeis ao governo aprofundaria a crise com Congresso, mas os deixando no governo não se pode contar com eles. E a essa altura mudanças ministeriais somente pontuais ou pra romper de vez com essa ‘base’ cuja permanência em ministérios é nossa tentativa de neutralizar mais prejuízos.
Sem ilusões, estamos já no processo eleitoral. Temos que exercer nosso papel dirigente. Agora é embate e construção de campanha na base.”
“O sistema tá podre. ‘Congresso inimigo do povo!’. O próximo, com as regras atuais mais as emendas populares, tende a ser igual ou pior. Sim, tem que disputar, sim, que ir prá base, mas apontando uma saída global deste sistema podre, para motivar a militância e dialogar de fato com uma perspectiva popular de transformação – Reforma Política, outras regras eleitorais (voto em lista, financiamento público exclusivo, proporcionalidade), as condições para uma Constituinte Soberana que comece uma transformação democrática.”
Uma só conclusão
Os fatos são teimosos. A política da “frente ampla” fracassou, a esta altura só não vê quem não quer ver.
A verdade é que ou o governo Lula reage à esquerda, ou vira um presidente pato manco. Tem que dar fim ao calabouço fiscal e realizar as promessas populares de Lula. Lula tem que falar ao povo e enfrentar os bandidos do Centrão!
O Processo Eleitoral Direto (PED) no próximo adia 6, domingo, deve ser um momento de expressão de uma avaliação que se impõe da política do governo e do PT, para a correção de rumos, de modo a chegarmos a 2026 com a força do povo.
Dia 6 vote e faça votar na chapa “Virar à Esquerda” 210 e Rui Falcão Presidente 130!
Markus Sokol, membro da Executiva Nacional do PT
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